João Amazonas

João Amazonas de Souza Pedroso mais conhecido como João Amazonas (Belém, 1 de janeiro de 1912 — São Paulo, 27 de maio de 2002) foi teórico marxista, político revolucionário, guerrilheiro e líder do Partido Comunista do Brasil.

O envolvimento de João Amazonas com o movimento comunista iniciou em 1935. Aos 23 anos, tomou conhecimento de um comício da Aliança Nacional Libertadora (ANL) na praça do Largo da Pólvora e integrou-se à ANL. Convidado a participar da Juventude Comunista, em seguida filiou-se também ao Partido Comunista do Brasil.

Logo após o ingresso no Partido Comunista, João Amazonas organizou uma célula comunista na empresa em que trabalhava e organizou o sindicato de sua categoria. No mesmo ano que iniciou sua participação política foi preso durante 15 dias por envolvimento com a União dos Proletários de Belém.

No início de 1936, João Amazonas é novamente preso por ser ex-integrante da ANL. Durante a prisão, João Amazonas e Pedro Pomar realizam uma greve de fome contra as péssimas condições e ministram aulas de marxismo-leninismo aos outros detentos. Em junho de 1937, João Amazonas é absolvido por falta de provas após um ano e meio de prisão.
Com o golpe de Estado de Getúlio Vargas, justificado pelo falso Plano Cohen e que implantou a ditadura do Estado Novo, a repressão aos comunistas aumenta. E em 10 de setembro de 1940, João Amazonas que atuava na produção de propaganda e que exercia cargo de direção no Partido Comunista do Brasil do Pará, é novamente preso. 

Em 1943 foi eleito membro do Comitê Central do PCB passando a compor a Comissão Executiva e o Secretariado, ficando responsável pelo trabalho sindical e de massas. Foi um dos principais organizadores do Movimento Unificador dos Trabalhadores (MUT), em 1945. Neste mesmo ano foi eleito deputado federal constituinte. Em 1943 vai à União Soviética para fazer um curso de marxismo-leninismo na Escola Superior do Comitê Central do PCUS.

Ficou contra as mudanças ocorridas no PCB após o XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética e a divulgação do Relatório Khruchtchev, razão pela qual, em 1957, foi destituido da Comissão Executiva e do Secretariado do Comitê Central do PCB, e no final de 1961 foi expulso do partido junto com outros militantes. Os expulsos resolveram então a reoganizar o Partido Comunista do Brasil rompendo com a linha reformista imposta pelo PCUS, para tanto realizaram a V Conferência (extraordinária) do Partido Comunista do Brasil, que adotou a sigla PC do B. Nela aprovou-se um manifesto-programa no qual se reafirmaram as teses revolucionárias e os princípios marxista-leninistas.

A partir de 1962 passou a defender o estreitamento dos laços políticos entre os comunistas brasileiros e o Partido Comunista da China, dirigido por Mao Tsetung e com o Partido do Trabalho da Albânia, dirigido por Enver Hoxha. Em 1976 apoiou o rompimento do PC do B com o Partido Comunista Chinês e o alinhamento com o Partido do Trabalho da Albânia. Entre 1968 e 1972 participou ativamente da organização da guerrilha do Araguaia, o principal movimento de contestação armada à ditadura militar no Brasil. Na década de 80 foi um dos poucos que se colocou contra a política adotada por Gorbachev, denunciando-a como uma via de retorno da URSS ao capitalismo de mercado. O que propunham os líderes soviético não era renovar o socialismo, depurando-o de seus erros e deformações, e sim de destruí-lo.

João Amazonas foi um dos responsáveis pelo apoio do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) ao candidato do PT à Presidência da República, Luís Inácio Lula da Silva desde 1989 e, mesmo após seu falecimento em 2002, suas obras ainda são uma grande referência política do PCdoB e para todos aqueles que lutam por um Brasil melhor.